quarta-feira, 7 de julho de 2010

Supernatural

As pessoas costumam misturar ciência e religião quando não conseguem explicar algum fato da natureza, ou mesmo quando um fato é passívelmente explicável pelos postulados científicos, criando assim várias vertentes de pensamentos, que arrebanham seguidores de um modo muito veloz, apoiando suas convicções e crenças no generalismo dos pensamentos céticos ou mesmo cegos.
Muitas pessoas dizem que não acreditam em religiões, pois há diversas provas cientificas que contestam as mesmas. Pois bem, realmente um milagre não pode ser validado se uma prova cientifica dizer o contrário (digo isso no sentido de fraude, histeria coletiva ou mesmo característica natural das coisas), se uma prova científica mostrar o contrário do valor divino do ato, com certeza temos algo natural, e que deve ser encarado dessa forma.

As pessoas que se apóiam no jargão “Prova Científica”, quando perguntadas muitas vezes não sabem dizer o que é uma prova científica. Irei chamar de “Coisa” os possíveis milagres ou mesmo as características dos materiais e da matéria.
Antes de tentarmos compreender o que é uma prova científica, devemos pensar no caráter dos meios que provam as coisas. Quando pensamos na forma como as coisas são provadas, devemos lembrar que as mesmas passam por uma averiguação laboratorial, sem essa averiguação, as coisas não são levadas a sério no meio acadêmico e científico.

Na história da ciência, vemos que no início, as pessoas que possuíam respostas para perguntas do inexplicável, ganhavam a conotação de iluminadas. Como os diversos sacerdotes, que estudavam o firmamento e desvendavam quando haveria as cheias nos rios, época boa para as civilizações de regadío, que viviam próximas ao leito de rios e irrigavam as plantações e levavam água para as comunidades com o auxílio de rios.
Isso nos mostra que as pessoas ditas como iluminadas possuíam o conhecimento de que estavam lidando com as forças naturais (não entrando nesse momento nas concepções panteístas das diversas civilizações), e se utilizavam das mesmas para agradar ou ter poder sobre os governantes. Este estigma criado entre o saber científico e as religiões perdura até hoje, onde muitos chefes religiosos se utilizam de seu conhecimento da natureza do comportamento humano para confortar seus seguidores e criar um domínio sobre os mesmos. Trazendo respostas paras as coisas como sendo obra de um ser maior, que doou um pouco de seu poder ou proteção para ele, que dessa forma pode orientar esse poder sobre seus seguidores. Não aceitando a contestação de outras formas de pensar científico.

Quando isso acontece é sinal de medo que os postulados criados, apoiados na não contestação do que o iluminado disse, venham a cair por terra. Fazendo assim, com que a crença nesse iluminado se torne em algo obsoleto e não controlável pelo mesmo.
Mas não contesto a existência de milagres, pois os mesmos se dão como forma de conversão, e não com conotação de shows pirotécnicos, onde em vários casos, o milagre (ou coisa como disse no início), trás ao fiel graças materiais.
Quando lembramos agora de milagre, pensamos que o mesmo não pode ser creditado, sem um olhar um pouco cético, não com caráter destrutivo, mas sim de verificação. Sabemos também que essa verificação se dá em forma laboratorial, saindo daí o jargão “Prova Científica”.

Agora entrando mais na ciência, temos que lembrar que a mesma é criada sobre alguns postulados, ou seja, verdades incontestáveis (a ciência em certos pontos se torna então mais despótica que a religião?), um bom exemplo disso é quando tentamos entender a física aplicada em partículas, as leis aplicáveis a corpos mascrooscópicos, nem sempre funciona com partículas, por isso se criou uma outra física, para se poder compreender como o mundo sub-atômico funciona. Essa é a chamada Física Quântica (Ou mesmo Química Quântica). 

Observamos então que as ciências não são tão exatas quanto pensamos, ela está em evolução, e quando um cientista não consegue provar alguma coisa, ele desenvolve um meio explicável para o fenômeno. Muitas vezes conhecido como milagre.
Os milagres podem ser explicados em caráter científico... Quando um câncer é curado de um dia para o outro, a ciência diz que as divisões das células doentes pararam, mas não se sabe o por que naquele momento. Portanto, em grande parte dos casos, o milagre não deve ser analisado no fato do problema ter sido sanado, mas sim pelo momento que se deu, no por que ocorreu. Casos como paralisia do corpo, hoje não são mais identificados como milagre, pois pode ser que tudo não passe de um bloqueio cerebral, e que em algum instante o mesmo seja desbloqueado por uma emoção forte (isso não se limita à paralisia do corpo, há casos de cegueira e ataques epiléticos), ou seja, a ciência está provando o problema e explicando o por que do momento.

De posse disso podemos entrar mais profundamente na ciência e lembrar que as coisas são provadas em laboratório, ou seja, se utilizam meios naturais para isso. Quando falamos de laboratório devemos pensar que o mesmo leva por base os princípios da natureza, simulando as condições naturais e utilizando os meios naturais. Lá dentro nada foge à física, à matemática e à química, tudo se sujeita à natureza.
Agora como podemos provar a vontade de Deus, seus atos e a sua própria existência, utilizando meios criados por Ele, meios que não conseguem subjugá-lo, pois são de caráter natural. Quando nos utilizamos desses fatos, chegamos a resposta de que Deus não existe, pois ele não tem essa necessidade, pois a condição de existência é algo sub-julgado a quem esta preso as condições da natureza. 

Portanto falar que Deus não existe, ou que milagres não se dão e que tudo isso pode ser provado pela ciência, é um fato verdadeiro, pois não conseguimos provar em laboratório, o que não pode ser caracterizado como pertencente à natureza. Uma simples questão de silogismo aristotélico.

3 comentários:

  1. O eu aqui...hehehehe...bom texto...foi vc que escrevel?...

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  2. Sim fui eu quem escrevi... gostaria de gerar com ele um pouco de polêmica...

    Agradeço por ter aceito o meu convite em dar uma olhada...

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  3. Religião e ciência sempre foi e sempre serão assuntos tão perto e tão distante, além de ser uma discussão complicada e complexa.

    "... não contesto a existência de milagres, pois os mesmos se dão como forma de conversão, e não com conotação de shows pirotécnicos, onde em vários casos, o milagre (ou coisa como disse no início), trás ao fiel graças materiais.". Aqui você disse tudo!

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