quinta-feira, 11 de julho de 2013

Teologia da Ciência

Esses dias tivemos a notícia de que o polonês Michael Keller, um grande teólogo e físico, recebeu um importante prêmio em dinheiro dado em Nova York pela Fundação Templeton (Instituição que reúne pesquisadores de todo o mundo), no valor de US$ 1,6 milhões de dólares, pela sua teoria chamada "A Teologia da Ciência".

Essa Teologia da Ciência, trás a ideia do encontro da ciência com Deus.

Caro leitor eu tenho uma opinião formada frente a relação Deus x Ciência, pois estudei química na graduação, garantindo assim muitas conexões entre os diversos eventos e fenômenos que a ciência afirma como postulados e a formação teológica filosófica que adquiri ao longo de estudos na igreja católica e de forma autodidata. Para muitos, estudar um pouco de ciência básica, já é o suficiente para acreditar que a mesma explica tudo, e dessa forma, tornar-se ateu. Comigo isso não ocorreu, mas um efeito contrário se deu, minha fé cresceu muito estudando as ciências mais básicas da natureza. Eu não sou um grande químico ou físico, mas acredito que o contato com natureza bruta que eu tive foi muito maior do que as pessoas que em grande maioria criticam construtiva ou destrutivamente a figura de Deus, tiveram ao longo da vida. Portanto sei que tenho argumentos mais próximos da realidade para dizer o que é uma prova científica, se comparado com grande parte do público, que usam esse jargão para dizer que Deus não existe, pois não existe prova científica. Ou seja, meu contato com Ciência não destruiu minha fé, mas a consolidou.

Eu acredito que a racionalização humana se baseia não capacidade de olhar, comparar e usar métodos preestabelecidos para resultar em uma resposta coerente com o que conhecemos como realidade. Porém, esquecemos que esse é um modelo estabelecido para compreender o que nos cerca. 

A critério de exemplificação é a mesma coisa que usar uma linguagem computacional para explicar o ambiente onde a mesma opera, ela por si só acaba nos dando algumas informações sobre o computador, pois necessita de requisitos mínimos para funcionar, porém não explica o por que o computador está super aquecendo, ou por que um fio se desamarrou e prendeu na ventoinha da fonte. A única maneira de saber a resposta é extrapolar o ambiente do software, ou seja, nossa ciência não passa de uma forma de manipulação da natureza frente um sistema conhecido, que tem recursos mínimos para operar. Quando detecta-se um novo fenômeno, que extrapola o sistema, nós buscamos realidade em um apêndice científico, ou seja, nos damos ao luxo de criar uma nova ciência (como ocorreu com a quântica, que foge das ideias da mecânica clássica), porém é a mesma coisa que baixar um novo pacote para o sistema operacional, ele sana alguns problemas, porém a linguagem do mesmo ainda não explica por que o fio desamarrou e parou a ventoinha. A única maneira de responder isso é abrir o computador e ver fisicamente qual é o problema. Logo exige uma abordagem que extrapole o ambiente que usamos como ferramenta.

Isso tudo que falei só trás a ideia de inexistência condicionada. Para o software não existia nenhum elástico que prendia o fio, mas ele estava lá, e derreteu com o aquecimento interno do computador, ou seja, é uma variável que nunca seria detectada pelo software.

Frente a natureza Deus não existe pois não tem necessidade de existir, uma vez que o existir condiciona a uma limitação espaço-temporal, e a característica de Deus é ser supernatural, não dependendo de natureza para O condicionar.

Portanto, o que acho é que não devemos ficar buscando respostas científicas frente a existência de Deus, já que Ele mesmo uma vez disse:

"- Sou o que sou! "

E isso acarreta que Ele se apresenta no verbo Ser, que possui uma carga pessoal muito maior que o verbo Existir. Para Ser, deve-se ter consciência de que É, porém, para Existir não se tem necessidade de saber quem ou o que É.