terça-feira, 15 de julho de 2014

Cristianismo e Mitraísmo eram a mesma coisa?

Muitas pessoas que criticam o cristianismo, usam como jargão o fato de antes dos imperadores romanos o aceitarem como religião oficial do império, o cristianismo tinha um forte concorrente entre as chamadas religiões pagãs e era o Mitraísmo esse concorrente.

Essas pessoas usam a ideia de que o cristianismo usou de artimanha a cópia de diversos fatos dessa religião, pois usam como data do nascimento da figura central a 25 de dezembro e de Mitra ser um deus de caráter benevolente. Porém quando analisamos superficialmente o que é o Mitraísmo, reconhecemos facilmente que essa antiga religião foge do contexto do cristianismo.

Um outro fato que pessoas menos esclarecidas também confundem é que o adorno que os bispos usam na cabeça, que é a mitra, é vinculado a figura do ser mitológico, dizem eles. De fato a deidade Mitra aparece com um adorno cobrindo a cabeça, porém, a mitra episcopal não é vinculada a tal fato, mas sim o nome mitra vem do grego e significa faixa para cabeça. A mitra tem origem no camelauco que por sua vez surge do fato de que a tradição contra que Pedro usava um sudário (pano para limpar o suor da testa) na cabeça durante sua missão.


O nome da deidade vem do assírio e era chamado Mylitta e tem muito mais a ver com o termo militar do que com o termo mitra do grego. Esse fato é comprovado, uma veze que Mitra era a deidade mais popular dentre os soldados das diversas regiões onde se pregava o seu culto.

Mitra é simbolizada como uma mulher degolando um touro, uma vez que a mulher representava a pureza e o touro degolado a liberação do pecado. A atitude do degolar era comum na cultura judaica e provavelmente incorporado pelos mitraístas, pois simboliza o ato de passar o pecado a um ser que o recebesse e morresse pelo pecador. Uma mulher degolando o receptáculo do pecado simbolizava a pureza vencendo a fuga para o mal. O cristianismo é derivado da cultura judaica, porém não poderia ter copiado a ideia de redenção dos pecados do mitraísmo, logo o mitraísmo que herdou tal ideia. Além da espiação, o sangue jorrado representava a imortalidade, uma vez que as pessoas dessa época consideravam que o sangue guardava a vida do ser, pois sempre que o mesmo esvaia, o maculado vinha a óbito.

Mitra era simbolizada como o Sol Invicto pelos romanos, pois a mesma era considerada a deusa da benevolência, dos soldados, da pureza, da vitória dentre outras coisas. Uma curiosidade referente a Mitra é que a Estátua da Liberdade, que se encontra na Ilha de Manhattan (um presente da França aos EUA), tem seus traços inspirados nessa deusa.

A deusa Mitra inflige o sacrifício enquanto que Cristo recebe o sacrifício, logo é um antagonismo e uma quebra de paradigma para o período. 

Mitra é nascida no dia 25 de dezembro, pois é o solstício de inverno (em torno de 22 de dezembro no hemisfério norte), e esse era um período onde haviam festas e as pessoas vislumbravam algo de bom, muitos conflitos eram sessados nessa época. Diversas religiões escolheram essa data para simbolizar o nascimento de seu símbolo maior, pois era o nascimento da boa nova para eles.

O Mitraísmo era uma religião que tinha raízes na ideia de oposição entre o bem e o mal e do espírito e a matéria, logo, era toda baseada no dualismo. Algumas vezes isso pode parecer comum ao cristianismo, porém isso não procede, pois o cristianismo não gera uma luta entre o bem e o mal, mas somente o foco ao bem, e também não gera o conflito da matéria com o espírito, uma vez que o próprio Cristo se fez carne entre nós.

A deidade também se mostra próxima a Apolo e a Thor, pois corria no céu com uma biga ou carruagem que puxava o sol, espantando o mal (trevas), mais uma semelhança com o caráter de dualidade das raízes da religião mitraica.

Portanto cristianismo e mitraísmo não são tão parecidos quanto parece.