sábado, 26 de março de 2016

As atuais pesquisas sobre o Santo Sudário levam a uma dicotomia em relação a veracidade da Sagrada Escritura?

Mais uma vez estamos na páscoa, e junto desse momento de renascimento, também surgem algumas dúvidas sobre o sacrifício de Cristo.

Hoje não vou me prender na explicação da consciência de Cristo referente aos eventos que o cercaram, mas sim, ao fato sobre o que a ciência vem falando atualmente sobre o flagelo de Cristo e uma possível contradição com a sagrada escritura.

Uns meses atrás uma equipe de pesquisadores da Universidade de Bréscia na Itália, utilizando uma fotografia do Sudário de Turim, desenvolveu um procedimento cefalométrico, onde estudaram o rosto impresso no tecido, gerando uma imagem em três dimensões, nas quais conseguiram estudar melhor os machucados do homem que sofreu o flagelo. Estou me referindo a um sujeito qualquer e não a Cristo por enquanto, para ser o mais imparcial possível.

Os estudos mostraram que o rosto impresso no tecido, possuí uma deformação que leva a crer ser um grande inchaço na mandíbula. Segundo a dentistas e médicos, esse inchaço na realidade corresponde a uma luxação na articulação temporomandibular, ou seja, o homem que foi envolto no tecido sofreu muitos golpes no rosto, até chegar ao ponto de ocorrer uma fratura na mandíbula.

Esse fato colocaria em cheque a profecia de que nenhum osso seria quebrado durante o sacrifício cruento do Messias, ou seja, criando uma dicotomia que leva a seguinte encruzilhada: "Se o tecido for realmente o Sudário de Cristo, então a sagrada escritura está errada, pois Cristo não poderia ter sequer um osso quebrado" ou "Se a sagrada escritura estiver certa, então o Sudário não é de Cristo, pois o rosto impresso mostra ter uma fratura grave na mandíbula".

Foto tirada do Sudário de Cristo em 1931.
A princípio pode parecer algo complicado de refutar, porém existe um porém não levado em consideração pelos céticos, e é relacionado com a definição de fratura de um osso. Para os judeus, romanos e para a maioria dos povos daquele período, uma fratura era reconhecida, somente quando havia o rompimento da carne, ou seja, quando existisse a exposição do osso. Obviamente também reconheciam fraturas não expostas, porém, que levavam a descontinuação do osso na pele. Provavelmente entre poucos povos o conhecimento de que uma luxação poderia representar uma fratura era efetivo, portanto, para as pessoas as quais a profecia foi exposta esse fato ainda não era conhecido.

Portanto, uma profecia teria que ser simples o suficiente para agregar informação a nível de situação e não somente de detalhes. A profecia não teria que explicar o que é uma fratura, mas sim, que não haveria uma fratura definível dentro da situação.

Além dessa característica óbvia da definição do que é uma fratura, também temos a identificação do momento esperado pela quebra de um osso. Esse momento se dá no adiantamento da morte na cruz que os romanos faziam, ou seja, eles causavam a morte por um fator não necessariamente da cruz, mas sim por uma asfixia espontânea. Quando uma pessoa era crucificada, além da hemorragia e da desidratação, essa pessoa ia perdendo a função pulmonar com o tempo, devido ao enrijecimento dos músculos do peito, costas, braços e pescoço, o que inviabilizava o ato de inspirar e expirar, porém isso poderia levar horas, ou mesmo dias, sendo que com isso os flagelados ficavam muito tempo expostos aos olhares de todos. 

Como a época era de páscoa, e muita movimentação popular ocorria, foi pedido que se removessem os corpos das cruzes o quanto antes, com finalidade de não gerar revoltas, devido ao fato dos flagelados poderem ser motivos de revoltas ou mesmo de identificação com mártires. Portanto para acelerar a morte, bastava quebrar as pernas dos condenados, o que removia o apoio do corpo e então levava ao estiramento de todos os músculos de suporte do corpo, provocando asfixia.

Quando a profecia diz que não haveria a quebra de nenhum osso de Cristo, ela se refere ao tipo de morte que o Messias teria, ou seja, a morte de cristo não seria por asfixia, mas sim por hemorragia. A ideia por morte de hemorragia é vinculada ao fato de que o sacrifício para o judeu é um evento cruento, ou seja, deve haver o escape de todo o sangue do sacrificado, uma vez que o sangue era considerado o envolucro da alma e da vida como um todo, uma vez que a perda de muito sangue levava e leva a morte.

Portanto, obviamente a sagrada escritura está correta, e mesmo com uma fratura no rosto, aquele tecido pode ser o Sudário de Cristo.

Fonte: http://www.infovaticana.com/2015/11/07/jesucristo-sufrio-una-luxacion-mandibular-por-los-golpes-recibidos/