quarta-feira, 16 de novembro de 2016

Breve reflexão sobre o mundo acadêmico.

Eu sou químico com formação em educação e mestrado em quântica, e uma coisa que venho percebendo entre os acadêmicos da área de ciências físicas é que existe meio que um tabu... algo como se fosse uma obrigação... não querendo generalizar... mas muita gente torna-se ateu pois parece que essa é uma obrigação profissional.

Obviamente, na maioria dos casos que eu já vi, essas pessoas não tem muita consciência do que realmente é a ciência, sendo que, em muitas definições essas pessoas confundem ciência e natureza. Que são coisas distintas... logo, dentro desse escopo, se as pessoas não conseguem discutir bem as definições de ciências e mesmo de natureza... não vão conseguir discutir religião.

Dentro das características epistemológicas nós temos visões de mundo, sendo a científica uma delas, as outras são a visão religiosa, a visão do senso comum e a cosmológica.

Então, o que temos, são visões de mundo e não verdades absolutas. Para um sitiante no meio da caatinga, é muito mais simples crer na religião ou no senso comum do que na ciência. Uma vez que essa visão do mundo é excluída de seu escopo. O mesmo se aplica aos "cientistas" devido à omissão frente aos estudos teológicos.

Mas, o que mais me assusta é que, até hoje, não consegui discutir religião entre os "cientistas", pois as definições sobre o que é uma deidade são tão frágeis que não permitem a possibilidade de discutirmos um culto a tal deidade... sim, a fraqueza na argumentação sobre o definir a Deus (no caso frente ao Deus cristão) não deixam a conversa se estender e chegar na religião.

É claro que religião não é Deus, porém dizer que a religião é o mau da humanidade sem mesmo entender o que é uma religião... demonstra muitas falhas de aprendizado... a epistemologia de algo não se passa pela omissão... logo, se omitir frente a um saber, pois a pessoa não concorda, não trás aptidão para discuti-la.
Pena que muitos dos "cientistas" não compreenderam que ciência é uma ferramenta e não a explicação de algo. A explicação é muito mais metafisica, uma vez que se baseia numa abstração embasada em epistemologia e até em senso comum.

Se alguém gosta de ensino de química, tenho um outro blog, chamado Licenciando em Química, onde, explico e ajudo alunos e futuros professores na empreitada acadêmica.
Segue o link: http://licenciandoemquimica.blogspot.com.br/

Além disso também tenho um canal no youtube, chamado Ciência Química!, onde estou iniciando uma série de vídeos sobre História da Química. Segue o link de meu último vídeo: 

sábado, 20 de agosto de 2016

Depressão x Mau Caratismo

Por algum motivo que desconheço, muita gente encontra em mim um ombro para poder desabafar seus dramas e aflições e, ao longo do tempo, adquiri um certo traquejo em ouvir e falar com as pessoas.

Nesse período de tempo, onde comecei a me dispor em ouvir e até aconselhar, descobri algo importante sobre a depressão, mal esse, que graças a Deus, não me aflige.

Podemos caracterizar a alegria como a antítese da tristeza, pois a alegria corresponde a um momento, assim como a tristeza, sendo que uma pessoa pode ser alegre e em outros momentos triste. Logo pode-se notar que alegria e tristeza não são constantes, mas sim momentos. E o que seriam então as constantes?... A resposta para isso é simples... A felicidade e a depressão.

Uma pessoa feliz pode ter momentos alegres e tristes, assim como a pessoa em depressão, porém a felicidade se passa por um estado de controle do corpo, mente e emocional, já a depressão pode haver o controle do  corpo, mas a mente e, obviamente o emocional, se encontram prejudicados. Dessa forma, levando a um quadro de patologia. Por isso a depressão tem que ser tratada e não encarada como uma simples tristeza.

O tratamento é desenvolvido com auxílio de vários profissionais, como médicos (psiquiatria), psicólogos, terapeutas e até mesmo com profissionais da área do esporte, pois sabe-se desde a Grécia antiga que mente sã depende de um corpo são. Todas essas áreas tem que ser levadas em consideração, pois como disse anteriormente, a depressão age tanto no organismo, quanto na parte mental.

A característica básica da depressão é o sofrimento, sendo que o mesmo vem atrelado a outros distúrbios como, ansiedade e agorafobia, que são extremamente comuns e podem ser tratados de diversas formas, partindo desde tratamento médico, com auxílio de drogas e, até mesmo, com ajuda de terapias holísticas. Outro problema, que a depressão pode desencadear são disfunções hormonais, sendo que a pessoa não consegue sentir prazer, pois, devido a diversos fatores que o organismo que se encontra sob estresse, não consegue liberar hormônios como a endorfina (hormônio do relaxamento), serotonina (hormônio do humor), ocitocina (hormônio do amor) e a dopamina (hormônio da recompensa). Logo é muito comum ver pessoas com depressão terem algum vício exagerado, seja em doces, tabaco, álcool, sexo, drogas e até mesmo em redes sociais (algo mais moderno, ligado à aceitação).

Outro distúrbio que pode desencadear a depressão é o fato do assédio social, físico e moral. O ser humano é uma criatura social, sendo que, quando se isola, acaba desenvolvendo psicopatias, muitas vezes agressivas e, que devem ser tratadas por parte de quem causa o assédio e também de quem recebe o assédio.

Após traçar um resumo simples do porque as pessoas acabam sofrendo com a depressão, podemos chegar a um ponto muito importante que é o fato de que não existe uma medida para se dizer que uma pessoa sofre mais ou menos que a outra. Todas as pessoas criam um universo próprio, onde colocam para si mesmas, suas crenças, gostos, afetividades, vontades, emoções, confortos, ou seja, criam um universo onde se encaixam, ou ao menos tentam se encaixarem. Logo se alguma dessas coisas que conhecemos como nosso horizonte é retirada, certamente existe a possibilidade do sofrimento surgir.

Pode parecer estranho, mas não tem como dizermos que uma pessoa que vive em meio a guerra da Síria sofre mais ou menos que uma pessoa que vive na Noruega e sofre com a perda de uma tampinha de garrafa de sua coleção. Sofrimento é sofrimento, porém existe o fato da intensidade existente ao redor desse sofrer. Se a pessoa se abala por qualquer coisa, existe a necessidade de analisarmos o quanto aquilo representa em sua vida e iniciar um tratamento, para dessa forma, reconstruir o físico, o psicológico e, consequentemente o emocional. Um grande erro é tentar fazer um tratamento de choque, tentando comparar o sofrer de uma pessoa com outra... “Olha aquela pessoa... sofre mais que você e, ela não se entrega!”... Isso não é construtivo, sendo que, pode causar mais danos ainda. A atitude correta é oferecer a ajuda e tentar traçar objetivos que essa pessoa pode conquistar ao longo desse período. O mais importante é se manter junto, oferecer ajuda, mas, também cobrar resultados de forma pouco agressiva. Esse é o famoso dar o peixe e ensinar a pescar!

Agora, conhecendo o básico do básico, podemos perceber que é complicado dizer se uma pessoa sofre por motivos supérfluos ou não, sendo que, se motivos pequenos, que são  facilmente solucionáveis, se tornam grandes problemas, isso indica que a pessoa precisa de uma observação mais constante, pois o psicológico dessa pessoa é extremamente fragilizado. Porém, existem casos de mau caratismo, onde a pessoa finge um sofrimento, para dessa forma, conseguir benefícios por parte de quem se coloca à ajudar. E como identificar isso?

As características básicas do depressivo são a reclusão social, insônia, pouca auto-estima (a pessoa fica sem tomar banho e cuidar da aparência), nervosismo, alopecia (queda de cabelo) e até mesmo atentado contra a própria vida.

Logo, o sujeito que tenta o engodo, ele vai se usar de algum desses artifícios para tentar controlar quem estiver por perto e, assim conquistar seus objetivos. Muita gente tenta se usar desse fenótipo de depressivo, para garantir que um segundo sujeito garanta seu sustento, sendo que em geral, esse mau caráter se nega passar por tratamento, pois sabe que o tratamento é bastante custoso para seus objetivos. Por isso cuidado na análise é grande!

Uma dica que dou para quem se encontra em depressão, ou que ajuda uma pessoa que se encontra com tal problema é fazer com quem a pessoa aceite que tem uma patologia e tem que se tratar. Outro fato, que pode ajudar no tratamento é fazer o enfermo sair de redes sociais, uma vez que as mesmas trazem situações de falsas competências, uma vez que muita gente posta coisas que os fazem parecer bem sucedidos, levando a quem não teve mesma chance a se considerar menos que os outros.


sábado, 26 de março de 2016

As atuais pesquisas sobre o Santo Sudário levam a uma dicotomia em relação a veracidade da Sagrada Escritura?

Mais uma vez estamos na páscoa, e junto desse momento de renascimento, também surgem algumas dúvidas sobre o sacrifício de Cristo.

Hoje não vou me prender na explicação da consciência de Cristo referente aos eventos que o cercaram, mas sim, ao fato sobre o que a ciência vem falando atualmente sobre o flagelo de Cristo e uma possível contradição com a sagrada escritura.

Uns meses atrás uma equipe de pesquisadores da Universidade de Bréscia na Itália, utilizando uma fotografia do Sudário de Turim, desenvolveu um procedimento cefalométrico, onde estudaram o rosto impresso no tecido, gerando uma imagem em três dimensões, nas quais conseguiram estudar melhor os machucados do homem que sofreu o flagelo. Estou me referindo a um sujeito qualquer e não a Cristo por enquanto, para ser o mais imparcial possível.

Os estudos mostraram que o rosto impresso no tecido, possuí uma deformação que leva a crer ser um grande inchaço na mandíbula. Segundo a dentistas e médicos, esse inchaço na realidade corresponde a uma luxação na articulação temporomandibular, ou seja, o homem que foi envolto no tecido sofreu muitos golpes no rosto, até chegar ao ponto de ocorrer uma fratura na mandíbula.

Esse fato colocaria em cheque a profecia de que nenhum osso seria quebrado durante o sacrifício cruento do Messias, ou seja, criando uma dicotomia que leva a seguinte encruzilhada: "Se o tecido for realmente o Sudário de Cristo, então a sagrada escritura está errada, pois Cristo não poderia ter sequer um osso quebrado" ou "Se a sagrada escritura estiver certa, então o Sudário não é de Cristo, pois o rosto impresso mostra ter uma fratura grave na mandíbula".

Foto tirada do Sudário de Cristo em 1931.
A princípio pode parecer algo complicado de refutar, porém existe um porém não levado em consideração pelos céticos, e é relacionado com a definição de fratura de um osso. Para os judeus, romanos e para a maioria dos povos daquele período, uma fratura era reconhecida, somente quando havia o rompimento da carne, ou seja, quando existisse a exposição do osso. Obviamente também reconheciam fraturas não expostas, porém, que levavam a descontinuação do osso na pele. Provavelmente entre poucos povos o conhecimento de que uma luxação poderia representar uma fratura era efetivo, portanto, para as pessoas as quais a profecia foi exposta esse fato ainda não era conhecido.

Portanto, uma profecia teria que ser simples o suficiente para agregar informação a nível de situação e não somente de detalhes. A profecia não teria que explicar o que é uma fratura, mas sim, que não haveria uma fratura definível dentro da situação.

Além dessa característica óbvia da definição do que é uma fratura, também temos a identificação do momento esperado pela quebra de um osso. Esse momento se dá no adiantamento da morte na cruz que os romanos faziam, ou seja, eles causavam a morte por um fator não necessariamente da cruz, mas sim por uma asfixia espontânea. Quando uma pessoa era crucificada, além da hemorragia e da desidratação, essa pessoa ia perdendo a função pulmonar com o tempo, devido ao enrijecimento dos músculos do peito, costas, braços e pescoço, o que inviabilizava o ato de inspirar e expirar, porém isso poderia levar horas, ou mesmo dias, sendo que com isso os flagelados ficavam muito tempo expostos aos olhares de todos. 

Como a época era de páscoa, e muita movimentação popular ocorria, foi pedido que se removessem os corpos das cruzes o quanto antes, com finalidade de não gerar revoltas, devido ao fato dos flagelados poderem ser motivos de revoltas ou mesmo de identificação com mártires. Portanto para acelerar a morte, bastava quebrar as pernas dos condenados, o que removia o apoio do corpo e então levava ao estiramento de todos os músculos de suporte do corpo, provocando asfixia.

Quando a profecia diz que não haveria a quebra de nenhum osso de Cristo, ela se refere ao tipo de morte que o Messias teria, ou seja, a morte de cristo não seria por asfixia, mas sim por hemorragia. A ideia por morte de hemorragia é vinculada ao fato de que o sacrifício para o judeu é um evento cruento, ou seja, deve haver o escape de todo o sangue do sacrificado, uma vez que o sangue era considerado o envolucro da alma e da vida como um todo, uma vez que a perda de muito sangue levava e leva a morte.

Portanto, obviamente a sagrada escritura está correta, e mesmo com uma fratura no rosto, aquele tecido pode ser o Sudário de Cristo.

Fonte: http://www.infovaticana.com/2015/11/07/jesucristo-sufrio-una-luxacion-mandibular-por-los-golpes-recibidos/