O Papa Francisco frisa bem que o aborto não é uma questão teológica, mas sim, científica... Ou seja... A Igreja pode se pronunciar, mas com intuito educacional dos fiéis, traduzindo o escopo científico para o escopo teológico.
Ciência e religião não são antagônicas, mas sim, complementares. A primeira se trata das definições físicas e a segunda das questões metafísicas.
No que se refere ao aborto, antes de se criarem as leis e direitos, existe a necessidade de se definir o instante de "estalo" de vida.
Esse "estalo" tem que ser embasado na definição mais básica de vida. Como se orientar nisso então?
O reino monera (não sei se usam essa classificação ainda) é composto por seres que em geral não possuem alto grau de complexidade no que se refere às organelas e, são caracterizados como vida por características de comportamento (reprodução e alimentação). Todavia um vírus (não faz parte do reino monera) não possui organela complexa alguma, mas um comportamento básico de vida, no caso, a reprodução. Então surge uma pergunta... Por que um vírus necessita se reproduzir se não é vivo?... Logo, a definição do que é vivo ou não, se encontra sobre uma base muito frágil.
No que se refere à vida humana, um zigoto é a forma mais básica do ser, sendo formado por um espermatozoide e um óvulo. Tanto o espermatozoide, quanto o óvulo possuem organelas complexas e 50% do material genético que define um ser humano (o 100% em geral são 46 cromossomos... Uma vez que pessoas com síndrome de dawn tem um cromossomo a mais e, são seres humanos, por isso o termo "em geral"). Logo, a definição de vida humana tem que ser estudada já no zigoto. O zigoto tem como única função "crescer" e multiplicar suas células para levar a formação macroscópica de um corpo. Logo, pode-se dizer que, existe um "comportamento" zigótico, em outras palavras, um zigoto vai levar a uma estrutura corporal humana. Dessa forma, a vida não pode ser caracterizada se, existe ou não, semelhanças físicas com um corpo humano já constituído. Logo um zigoto pode sim ser caracterizado como um feto.
A ciência não consegue cravar se um vírus é ou não vida (existe sim essa lacuna, por mais que as pessoas tentem afirmar que não, pois viram em seus cursos de ciências que a vida possui necessidade desde comportamento até necessidade de descargas elétricas em sistema nervoso de seres mais complexos), por consequência, a atitude mais conservadora é a mais lógica. Essa atitude é importante pois se está lidando com a definição de vida e, não pode haver erros. Se ocorrerem erros e, realmente for vida, temos genocídio... Se realmente não for vida, não ocorrem problemas. Por isso a posição conservadora sempre é usada em ciência.
Assim, por silogistica chegamos: Se um feto é vida humana e, assassinato é a extinção premeditada de uma vida, então, a extinção premeditada da vida de um feto é um assassinato.
Se for definido que um feto é um ser humano, por definição ontológica, ele já é um "ser", se é um "ser" se enquadra como integrante da sociedade. Se é um integrante da sociedade já existem leis que garantem seu direito à vida, sendo um aborto uma ação que resulta em tentativa de assassinato e lesão corporal, logo, passível à processo para quem promove.
Ou seja, para que a legalização do aborto ocorra, deve-se abrir o pretexto do abrandamento de crimes... No caso o abrandamento do assassinato.
Logo, por diversos aspectos o aborto não é lógico.
E notem que, não se relaciona nada a termos teológicos a discussão, mas sim, somente a termos científicos e legais.
Todavia, para quem quer uma posição religiosa:
Desde o século I a Igreja tem a consciência de que o aborto é pecaminoso. Assim, por exemplo, diz a Didaqué, o primeiro Catecismo cristão, datado de 90-100:
“Não matarás, não cometerás adultério… Não matarás criança por aborto nem criança já nascida” (2,2).
“Não matarás, não cometerás adultério… Não matarás criança por aborto nem criança já nascida” (2,2).
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